O ceratocone é uma doença que muda a estrutura da córnea, deixando-a mais fina e curvada, lembrando o formato de um cone, daí o nome. Ela ocorre pela junção de dois fatores: genética (fragilidade da estrutura da córnea) e impacto do ambiente (principalmente o hábito de coçar os olhos). O primeiro sinal são alterações na visão.
Quando coçamos os olhos, o movimento quebra mecanicamente estruturas importantes da córnea, que vai ficando mais mole e por isso afina e se curva. No início da doença, a pessoa pode não sentir nada, por isso o diagnóstico acaba sendo tardio.
Veja alguns sintomas:
- Visão embaçada, dupla ou distorcida;
- Fotofobia;
- Comprometimento da visão noturna;
- Córnea irregular ou opaca.
Os exames básicos do oftalmologista não conseguem fazer o diagnóstico precoce, eles vão identificar a doença quando já tem o comprometimento da visão. Exames mais detalhados como tomografia e topografia precisam ser feitos. É importante conversar com o oftalmologista sobre o assunto, principalmente se tiver casos na família. A adolescência é o período em que a doença mais progride, portanto é um bom momento para desconfiar e fazer os exames.
Uma vez diagnosticada a ceratocone, alguns tratamentos podem ser feitos, como usar óculos e lentes de contato e fazer a cirurgia para correção ou transplante da córnea. São três tipos de cirurgia e a escolha do procedimento vai depender do caso e do progresso da doença:
Implante:é feito o implante de um anel que vai regularizar a curvatura da córnea, quando os óculos e as lentes de contato não conseguem mais;
Crosslinking: é uma intervenção para fortalecer as moléculas de colágeno da córnea e evitar que ela continue se curvando e afinando. Basicamente, a técnica consiste em raspar a superfície da córnea, para depois aplicar um colírio à base de vitamina B2 e, em seguida, um feixe de luz ultravioleta;
Transplante de córnea:usado em casos mais graves. De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, 20% dos transplantes de córnea feitos no Brasil são por causa do ceratocone.
Se não tratar, a doença continua a evoluir até precisar do transplante. Por isso é importante o diagnóstico precoce. A sugestão é ao invés de coçar em cima do globo ocular, é melhor apertar a bolinha no canto dos olhos próximo ao nariz. Isso alivia a coceira e não prejudica tanto os olhos. Outras sugestão é usar colírio lubrificante no momento que o olho está coçando.
Coceira no olho: veja dicas e alertas
Coçar os olhos é um péssimo hábito. A mão suja pode contaminar e aparecer uma conjuntivite. Ao coçar os olhos mecanicamente você pode favorecer a progressão do ceratone, ou até causar a doença. Se a coceira incomodar muito, o ideal é apertar um pouco uma bolinha no cantinho dos olhos, perto do nariz.
Fonte: G1